Dilma quer "cota" para negros em concursos públicos, eu não.

Sou negro e tem orgulho de minha cor. Respeito minhas origens, a história de minhas gerações anteriores e imagino o quanto eles sofreram, em períodos que foram escravos e não tinha qualquer direito de opinar sobre as decisões que os cercava.
Ainda hoje, infelizmente, existe um preconceito camuflado na sociedade, que antes de qualquer coisa, avalia a cor, para depois analisar um currículo. "Eu tenho um sonho", uma frase eternizada pelo inspirador Martin Luther King, que carrego dentro de mim e motiva a pensar em estar nos melhores lugares.

E esse sonho chega à máxima de ver pessoas negras sendo exemplos para a sociedade, com iniciativas que transformam seu ciclo social e nação. 

A instituição de cotas para negros ou afrodescendentes, como queira, para mim é uma atitude de diminuição da força e capacidade que um negro tenha de alçar vôos maiores. Hoje não existe uma escola para brancos e outra para negros. Eles estudam juntos. Não há faculdade para brancos e outra para negros. Há sim, faculdade para pobres e faculdade para ricos. Portanto, na hora de fazer uma prova em concurso público, não deve existir uma prova para brancos e outra para negros. O que atesta a capacidade de fazer jus ao cargo, será o conhecimento e não a cor da pele. 

Me coloco no lugar de um negro que após aprovado em concurso pelo sistema de cotas ao chegar no ambiente de trabalho, se depara com olhares estranhos e o sentimento de que só está ali, porque existiu uma lei que reservou vaga para ele, por conta de sua cor, mesmo que ele tenha capacidade para a função. 

Que o negro avance nesse país por seus próprios méritos.

Esdras Messias

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